Como Estruturar um Projeto de E-learning
Introdução
Um projeto de investigação na área da educação é um trabalho
académico que visa aprofundar o conhecimento sobre um tema específico, utilizando métodos científicos rigorosos. A estrutura de um projeto de investigação bem elaborado é
fundamental para garantir a sua clareza, organização e rigor
científico.
Conforme a solicitação da atividade 1 desta UC, estudei,
analisei e descrevi cada passo proposto para o projeto de investigação.
Estrutura de Um Projeto
1. Introdução à Problemática
Identificação do tema central do projeto. É necessário
ultrapassar o contexto geral do tema, incluindo dados relevantes e pesquisas
existentes. Para Miranda & Cabral (2017) é necessário fazer uma análise
geral do tema e procurar informações de situações semelhantes. Os autores
chamam a isto “prospeção inicial”.
2. Conceção do Projeto
Nesta fase que se definem os objetivos, a metodologia, o
cronograma e os recursos necessários para a realização da pesquisa. Um projeto
bem concebido aumenta as chances de sucesso da pesquisa e contribui para o
avanço do conhecimento na área a ser estudada.
a.
Identificação e Descrição do
Problema de Estudo
Definição do foco da pesquisa, o problema principal.
Aqui é onde orienta-se todo o desenvolvimento do trabalho, desde a coleta de
dados até a análise e interpretação dos resultados.
Um bom problema de estudo deve ser claro, conciso e
preciso, evitar ambiguidades e generalizações. Deve ser possível de ser
pesquisado com os recursos e tempo disponíveis, ser importante para a área de
conhecimento e apresentar um diferencial em relação a pesquisas já existentes.
"Um problema de pesquisa bem formulado
deve apresentar as seguintes características: relevância, originalidade,
viabilidade e operacionalidade."
(Teixeira & Silva, 2020, p. 32)
Assim, a descrição do problema de estudo deve conter:
- Contexto: Apresentação do tema geral e do contexto em que o
problema se insere. Delimitação do problema de estudo a ser investigado.
- Justificativa: Apresentação da relevância do problema para a área
de conhecimento e para a sociedade. Explicação da importância do problema
e por que ele precisa ser solucionado.
- Objetivos: Definição dos objetivos geral e específicos da
pesquisa. Formulação das perguntas que o projeto irá responder.
2.2.
Diagnóstico
É uma análise crítica e aprofundada de um problema ou
situação, com o objetivo de identificar as suas causas, características e implicações.
Ele pretende compreender a natureza do problema,
verificar os seus elementos, relações e diferentes perspetivas.
Pontes (2024) afirma que sem um diagnóstico
preciso, corremos o risco de perder tempo e recursos em pesquisas irrelevantes
ou ineficazes. O diagnóstico é a base fundamental para qualquer projeto de
investigação, pois permite a compreensão profunda do problema a ser pesquisado,
a identificação dos fatores relevantes e a definição de objetivos e estratégias
de intervenção mais adequados. Investir tempo e esforço na realização de um
diagnóstico completo e bem estruturado é essencial para o sucesso de qualquer
projeto académico.
Um bom
diagnóstico deve identificar as causas e fatores de risco, determinar as raízes
do problema e os fatores que contribuem para a sua persistência ou agravamento. Delimitar possíveis soluções, fornecer informações para a definição de
estratégias e intervenções adequadas para solucionar o problema. Para tal, é
necessário realizar uma pesquisa profunda sobre o problema, utilizando-se de
diferentes fontes de informação.
A escolha da metodologia para o diagnóstico depende da
natureza do problema e dos objetivos do trabalho académico. Entre as
metodologias mais utilizadas, estão a revisão bibliográfica em que é estudada a
literatura existente voltada para o tema; a pesquisa de campo onde coleta
de dados primários é feita através de entrevistas, inquéritos, observação
participante, entre outras técnicas que possibilitem a obtenção de informações
diretamente dos envolvidos com o problema; a análise documental através da leitura
e análise crítica de documentos relevantes, como legislação, relatórios,
estatísticos, entre outros documentos que forneçam informações sobre o contexto
histórico e social do problema.
O diagnóstico deve ser apresentado de forma clara,
concisa e organizada, seguindo geralmente a seguinte estrutura:
- Introdução: Apresentação do tema, contexto e objetivos do
diagnóstico.
- Caracterização do problema: Descrição detalhada do problema,
incluindo as suas principais características, manifestações e impactos.
- Análise das causas e fatores de risco: Identificação e explicação
das causas raízes do problema, bem como dos fatores que contribuem para a
sua persistência ou agravamento.
- Conclusão: Síntese das principais conclusões do diagnóstico e das
suas implicações para a pesquisa.
2.3.
Justificativa e Referencial Teórico
A justificativa apresenta a importância do estudo e o
problema que ele pretende resolver, enquanto o referencial teórico fornece as
ferramentas teóricas para abordar o problema
Na Justificativa deve-se explicar o “por que” que o
projeto é importante e como ele contribui para a solução do problema. Ela deve
ser clara, concisa e convincente, utilizar argumentos sólidos e evidências
empíricas. Deve também demonstrar o conhecimento do autor sobre o tema e a sua
familiaridade com a literatura científica relevante.
Ela deve responder às seguintes perguntas:
- Por que o tema é importante?
- Qual problema o estudo pretende resolver?
- Que contributo original o estudo trará para a área de conhecimento?
- Qual o impacto social ou científico do estudo?
Já no referencial teórico deve apresentar as teorias e
autores que fundamentam o projeto.
2.4.
Objetivos Gerais e Específicos:
Em um projeto académico, os objetivos guiam o investigador em
sua pesquisa. Divididos em objetivos
gerais e objetivos
específicos, esses elementos definem o destino final da
pesquisa e traçam o caminho para alcançá-lo.
O objetivo geral é abrangente e resume o propósito principal
do projeto. Ele serve como um norteador para toda a pesquisa, orienta as
decisões e ações do investigador. Deve ser claro e direto. Indicar o que se
pretende alcançar com a pesquisa.
Já os objetivos específicos são o desdobramento do objetivo
geral em metas mais detalhadas. Eles demonstram como o objetivo geral será
atingido e servem como um mapa para o investigador traçar seu plano de ação. Devem
ser mensuráveis, diretamente relacionados ao objetivo geral e viáveis com os
recursos disponíveis.
Os objetivos específicos devem ser coerentes e
interdependentes com o objetivo geral. A soma dos objetivos específicos deve
ser suficiente para alcançar o objetivo geral, garantindo que a pesquisa esteja
completa.
3.
Planificação
É o roteiro do projeto e através dela é garantida a
organização do projeto. Trata-se de um processo contínuo que pode ser
adaptado à medida que a pesquisa avança.
Dentro do processo de planificação convém definir alguns
pontos importantes. Tais como:
3.1.
Seleção dos conteúdos a desenvolver
É a etapa que pode determinar a qualidade e relevância da
pesquisa, pois é o momento onde deve-se escolher os materiais que serão
utilizados para consolidar o argumento da pesquisa. Os conteúdos devem ser
diretamente relacionados ao tema e ao problema de pesquisa, contribuindo para a
sua compreensão e resolução. As fontes de informação devem ser atuais e
confiáveis, como livros, artigos científicos, teses e outros materiais
publicados recentemente. Deve haver variedade de perspetivas e pontos de vista,
considerando diferentes autores e correntes de pensamento.
3.2.
Definição da estrutura do
projeto
Nada mais é do que a organização das seções, a sequência das
informações e a clareza da sua pesquisa. Existem diversas normas de
estrutura para projetos académicos, como ABNT, APA, MLA e Vancouver. Cada
modelo possui regras específicas de formatação, como tamanho da fonte,
espaçamento entre linhas e estilo de citações e referências bibliográficas. A organização das seções deve ser em ordem
lógica, utilizar numeração clara e seguir regras de formatação do modelo
escolhido. (A norma utilizada p pela Universidade Aberta é a APA).
3.3.
Definição dos recursos necessários
a desenvolver
Nesta etapa é importante garantir que se tem todos os materiais
e recursos necessários. Desde a parte dos equipamentos (computadores, softwares),
materiais de consumo (papel, caneta), recursos humanos (estagiários,
consultores, orientador) e recursos financeiros (caso seja necessário). Podem e
devem ser adaptados durante o processo da pesquisa.
3.4.
Metodologia a utilizar
É a fase onde deve ser definido o tipo de pesquisa: A
escolha do tipo de pesquisa depende dos objetivos do estudo, dos recursos
disponíveis e das características do tema. É importante combinar diferentes
tipos de pesquisa para obter uma visão mais completa do problema.
Abaixo alguns tipos de pesquisa: *
4. Implementação
4.1.
Elaboração de um protótipo
Um protótipo na área da educação nada mais é que
uma representação funcional ou visual de um produto, ferramenta ou metodologia de
ensino inovadora. Ele permite testar e avaliar
a viabilidade e o impacto da sua proposta antes de implementá-la em larga
escala.
Como por exemplo: *
*Criado no Gemini
4.2.
Avaliação do protótipo (por exemplo,
especialistas, amostra)
A avaliação do protótipo tem
como objetivo principal aperfeiçoá-lo, pois através do feedback dado por
especialistas, utilizadores (alunos) e análise dos dados consegue-se
identificar pontos fortes, pontos fracos, detetar falhas e melhorar a experiência
em causa.
Assim, tem o intuito de fornecer evidências empíricas sobre o potencial do
protótipo para alcançar os objetivos pedagógicos propostos. A análise dos resultados da avaliação pode indicar se o protótipo contribui
para a aprendizagem dos alunos. Além disso, fornece dados concretos para
a tomada de decisões sobre a implementação do protótipo em um contexto real.
*Criado no Gemini
** Stakeholders, traduzido para o português
como "partes interessadas", são indivíduos ou grupos que impactam ou são impactados
pelas atividades de uma organização, projeto ou iniciativa.
Critérios para Avaliação de Protótipos na Educação
*Criado no Gemini
4.3.
Elaboração de um produto pós ciclo
anterior
Após a criação e avaliação
do protótipo, é possível criar o produto com base na pesquisa efetuada e no
feedback recebido pelos utilizadores e avaliadores do protótipo.
5. Avaliação
A avaliação do produto é um processo permanente que
pode ser realizado em diferentes momentos do desenvolvimento. A escolha dos
métodos de avaliação deve ser feita de acordo com os objetivos específicos do
projeto e os recursos disponíveis.
5.1.
Recomendações para avaliação do
produto desenvolvido
*Criado no Gemini
6. Referências
As referências em um projeto de investigação na área da educação são
elementos que demonstram o rigor académico do trabalho e fornecem aos leitores
acesso às fontes de informação utilizadas na pesquisa. Elas comprovam que a
pesquisa se baseia em estudos e autores confiáveis, com o intuito de consolidar
a confiabilidade do trabalho. Contextualizam o estudo dentro da
literatura existente, permitindo que os leitores compreendam as bases sobre as
quais a pesquisa foi desenvolvida. Garantem que o trabalho seja original
e que as ideias de outros autores sejam devidamente creditadas, evitando o
plágio e preservam a ética académica.
Conclusão:
O presente trabalho abordou a estrutura de um projeto de investigação na
área da educação, desde a identificação do tema central até a apresentação dos
resultados e conclusões. Destaco a importância de cada etapa para a construção
de um estudo rigoroso, original e relevante para a área.
Quando o professor fez o desafio de
analisar cada passo de um projeto, pensei: “mas sei bem o que é um projeto de
investigação”, mas estava errada. Faltava muito o que saber e aprender. Fui em
buscar de mais bibliografia e utilizei a IA para fazer os quadros comparativos
e o que achei que seria uma breve reflexão, tornou-se este pequeno guia.
Espero que sirva como um “esqueleto” para que
possamos desenvolver projetos de investigação na área da educação, nomeadamente
na parte do e-learning.
Referências Bibliográficas
Gemini. (2023, 28 de março). Aplicações da
inteligência artificial.https://www.gemini.com/
Miranda,
B., & Cabral, P. (2017). Projetos de intervenção educativa (1a ed.).
Universidade Aberta.
Ponte, J. P. (2024). Avaliação Formativa:
Para uma Aprendizagem Mais Eficaz. Lisboa: Editora Lidel.
Teixeira, J. A., & Silva, A. M. (2020).
Manual de elaboração de projetos de investigação. Lisboa: Edições Sílabo.
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